O que é Hanseníase

A Hanseníase, também conhecida como Lepra, é uma doença infecciosa produzida por uma bactéria denominada Mycobacterium leprae, também chamada de bacilo de Hansen.

A Lepra não é uma doença hereditária e a evolução da enfermidade irá depender do sistema imunológico da pessoa que foi infectada pelo bacilo.

A bactéria responsável por causar a doença, geralmente evolui de forma lenta e pode levar até 20 anos para desenvolver os sinais da infecção.

A doença atinge a pele e aparecem, normalmente, manchas de coloração esbranquiçada além de atingir os nervos periféricos causando sérios danos como incapacidades físicas.

Transmissão

A transmissão da doença se dá por meio de contato direto com bacilos que se encontram nas gotículas de saliva, nas secreções nasais ou em feridas dos doentes que não estão em tratamento.  Da mesma forma que na tuberculose a exposição de uma pessoa ao bacilo não significa, necessariamente, que o indivíduo irá desenvolver a doença.

Tipos

Existem três tipos de Lepra e tanto o contágio quanto a cura da doença irão depender de cada tipo. A Hanseníase denominada Virshuniana é a única contagiosa. Outro tipo de Lepra é a tuberculóide que, mesmo em estágio avançado, não é transmissível. O terceiro tipo é a inicial que também não contagia.  Porém, a metade dos casos de Hanseníase é do tipo Virshuniana.

A doença se classifica em Hanseníase Paucibacilar – com poucos ou nenhum bacilo nos exames ou em Multibacilar que, como o nome já indica, com muitos bacilos.

Fatores de risco

O bacilo de Hansen pode infectar pessoas de todas as faixas etárias, mas a incidência é maior em homens. Devido ao longo tempo para que os sintomas da doença se manifestem é comum que pessoas adultas percebam mais os sintomas, no entanto, a Lepra é adquirida ainda na infância.

Sintomas

A doença causa lesão nos nervos periféricos e diminui a sensibilidade da pele. As partes do corpo, geralmente, mais afetadas são olhos, mãos e pés, no entanto, a Lepra também pode afetar a face, nádegas, braços, pernas, orelhas e costas.

Com a diminuição da sensibilidade a capacidade de detectar através do toque, a dor, o calor e o frio diminuem e os indivíduos infectados não percebem o que acontece com o seu próprio corpo – podem queimar-se, cortar-se ou ferir-se sem perceber.

Os sintomas incluem

  • Sensação de dormência ou formigamento
  • Fisgadas nas extremidades
  • Manchas brancas ou avermelhadas na pele
  • Perda da sensibilidade ao calor, frio, dor e tato
  • Surgem caroços e placas em qualquer área do corpo
  • Há diminuição da força muscular causando dificuldade para segurar objetos
  • Perda da capacidade de suar
  • Pele ressecada

A evolução da doença, se não tratada, inclui

  • Paralisia dos membros inferiores (mãos e pés)
  • Encurtamento dos dedos
  • Úlceras crônicas no fundo dos pés
  • Cegueira
  • Perda de sobrancelhas
  • Desfiguração nariz

Diagnóstico

O diagnóstico é feito mediante análise das manchas na pele e por meio dos sintomas apresentados. O médico realizará testes para avaliar a sensibilidade e a capacidade de força nas regiões afetadas como medida profilática de possíveis complicações que o doente pode vir a apresentar. Além de uma pequena curetagem para coleta de material a ser enviado, ao laboratório, para análise do tipo de bacilo.

Tratamento

O tratamento é realizado à base de antibioticoterapia – a Dapsona, a Rifampicina e a Clofazimina, com alguns meses de duração. Os antibióticos são capazes de interromper a evolução da lepra e propiciar a cura, no entanto, o tratamento deverá ser mantido por longos períodos equivalentes a 6 meses ou 2 anos.

Tipos de Lepra Medicamentos Duração do tratamento
Lepra Paubacilar – 1 única lesão na pele Dapsona: 1 dose mensal de 100 mg + dose diária

Rifampicina:  2 doses de 300 mg em um mês

6 meses
Lepra Multibacilar – múltiplas lesões na pele Rifampicina: 2 doses de 300 mg em um mês

Clofazimina: 1 dose mensal de 300 mg + dose diária de 50 mg

Dapsona: 1 dose mensal de 100 mg + dose diária

1 ano ou mais

Raramente pode acontecer de pessoas ficarem curadas sozinhas, sem nenhum tipo de tratamento.  Mas na maioria dos casos é necessário a realização do tratamento para a efetivação da cura.  Após o início do tratamento, a partir do quarto dia a doença deixa de ser transmissível.   Atualmente o tratamento é oferecido, de forma gratuita, pelo SUS.

Vale ressaltar que a Hanseníase tem cura e, quanto mais rapidamente a doença for diagnosticada, mais rápida será a cura e a diminuição de possíveis sequelas.

Prevenção

É imprescindível a divulgação à população sobre os sinais e sintomas da Hanseníase e, principalmente, sobre a existência de tratamento e cura da doença.

É fundamental que todas as pessoas que convivem e compartilhem o mesmo domicílio com um portador da Hanseníase recebam a aplicação da vacina BCG para evitar a proliferação do bacilo e melhorar a resposta imunológica aos contactantes do doente.