A Endometriose é uma condição anormal do endométrio – mucosa responsável pelo revestimento da parede interna do útero, que distende em outras áreas do corpo. Geralmente essa formação de tecido ectópico – localizado fora do lugar específico, pode acontecer nos ovários, no reto, na bexiga, na região da pélvis, no intestino, nas trompas e também no peritônio, além de poder se desenvolver em outras áreas do corpo como no cérebro e nos pulmões.

E, apesar de ser uma condição anormal do endométrio, hoje, a doença é considerada um problema comum e frequente e, pode acontecer já alguns meses após o início da menarca – primeira menstruação, sendo diagnosticada por volta dos 25 a 35 anos de idade.

De acordo com relatos da Associação Brasileira de Endometriose a percentagem de mulheres que podem desenvolver a doença fica em torno de 1o% a 15% em sua fase reprodutiva e, hoje, a endometriose já atinge cerca de 6 milhões de mulheres no país e, 30% do total dessas mulheres correm o risco de ficarem estéreis.

Como acontece a Endometriose

A cada mês o endométrio se prepara para receber um possível óvulo fecundado. Por isso, o endométrio fica mais espesso com a finalidade de propiciar condições favoráveis para que o óvulo fecundado possa se implantar nele.

Mas, quando não acontece a gestação o endométrio aumentado se descama e expele a menstruação e, esporadicamente, partes desse sangue migram em sentido contrário e se direcionam, na maioria dos casos, para os ovários e cavidades abdominais.

No entanto, essa regurgitação sanguínea menstrual nem sempre ocorre nas proximidades do útero – as partículas menstruais podem ser transportadas, diretamente pelo sangue, para outras partes do corpo da mulher e provocar a chamada lesão endometriótica ou Endometriose.

Causas

Na verdade, as causas precisas da endometriose ainda são uma incógnita. Porém, já se sabe que a probabilidade de uma mulher adquirir uma lesão endometriótica aumenta quando a mãe ou irmã apresenta a doença e, isso, pode se estender de uma geração à outra – classificando-se como um fator de risco para a enfermidade.

 Outros possíveis fatores de risco:
  • Iniciar a menarca muito cedo
  • Nunca ter tido filhos
  • Ciclos menstruais frequentes e irregulares
  • Anormalidades no útero

Sintomas de Endometriose

Os sintomas pertinentes da Endometriose são a dor e a infertilidade. Cerca de 20% das mulheres apresentam como sintoma apenas a dor, 60% delas apresentam dor e infertilidade conjuntas e, outros 20% somente infertilidade. Algumas mulheres sofrem dores dilacerantes insuportáveis e incapacitantes – outras não apresentam qualquer tipo de incômodo.

Dentre os sintomas mais comuns citamos:
  • Dismenorreia – cólicas menstruais intensas
  • Dor durante o ato sexual
  • Dor difusa ou crônica na região da pélvis
  • Cansaço crônico
  • Fluxo menstrual irregular
  • Alterações intestinais ou urinárias durante a menstruação
  • Dificuldade para engravidar
  • Infertilidade

A cura

Levando-se em conta o desconhecimento exato das causas que podem desenvolver a endometriose, a cura se torna controversa. Portanto, considera-se que a cura só é possível mediante a remoção cirúrgica do útero – Histerectomia e, eventualmente, dos ovários (Ooforectomia) como também dos focos causadores das lesões endometrióticas em outros locais do corpo.

A cirurgia é indicada para mulheres que sofram de alguma doença grave e não queiram mais engravidar.  Existem tratamentos à base de analgésicos e remédios hormonais cujo objetivo é o controle da doença e o alívio dos sintomas.  Porém, somente a cirurgia é capaz de eliminara as lesões endometrióticas de forma efetiva.

Tratamento cirúrgico:

É o procedimento para a remoção da endometriose através de uma cirurgia denominada laparoscopia. Em determinadas situações é possível acabar somente com os focos da doença ou as complicações como cistos, por exemplo.

Mas, em situações mais severas, o procedimento será mais invasivo pois haverá a necessidade de remover os órgãos atingidos. De acordo com as condições da doença, é possível recorrer a tratamento por laparoscopia, com laser. Além da realização da videolaparoscopia, para diagnosticar a quantidade de lesões e aderências.

Tratamento com medicamentos:

Atualmente, no mercado, há vários medicamentos disponíveis para tratar a endometriose – analgésicos, anti-inflamatórios, Danazol e Dienogeste e análogos de GNHR.  Também é possível minimizar os sintomas com a utilização de DIU com levonorgestrel.

Vale ressaltar que ainda não há cura definitiva para a endometriose. O objetivo do tratamento é tão somente para aliviar a dor, amenizar os sintomas e diminuir as lesões endometrióticas.

Prevenção e diagnóstico

Ao menor sinal de suspeita, de endometriose, será realizado um exame físico – de toque, pelo ginecologista e a solicitação de ultrassonografia transvaginal, exame ginecológico e outros exames laboratoriais.  A melhor prevenção é, portanto, a consulta médica regular.